sábado, 27 de dezembro de 2008

Unicórnio

Black Moon de Louis Malle 1975


Guerra.


A Guerra sempre existiu, ao longo da História da Humanidade foram diversos os conflitos que surgiram por diferentes motivos, políticos, monetários, etnias, em suma sociais.
E se a vida plena que recordamos e vivemos torna-se numa guerra sangrenta entre sexos? Sempre foi questionável a guerra entre sexos entre Homem e Mulheres, quem ganharia essa guerra que ao longo das décadas tem levantado diversas questões?
Louis Malle, realizador francês nos seus primórdios Câmara de Jacques-Yves Cousteau, em 1975 apresenta uma temática aparentemente simples mas que no seu desenrolar se torna um filme surpreendentemente surreal.
Black Moon ou em Português O Unicórnio, leva o espectador ao passar da barreira entre o Real/Imaginário, Cathryn Harrison interpreta o papel de Lily que na sua viagem por um país em guerra encontra um Unicórnio que mudará a sua maneira de ver/viver todos os acontecimentos vividos após o visionamento do animal mitológico que segundo os gregos o seu unicórnio em espiral é o perfurar da barreira física (no filme vai mais alem disso e passa a barreira psicológica) entre o mundo real e o imaginário.
Louis Malle apresenta assim um filme diferente de tudo o que tinha feito, levando o surrealismo a outros patamares.
A incrível falta de diálogos nos primeiros vinte minutos e o surrealismo dos restantes leva a que o som tenha um papel fundamental ao longo de toda a longa-metragem.

Não querendo dando um valor critico a esta “análise”a cena da interpretação de Tristan e Isolde é algo admirável, sem dúvida um filme que recomendo, com uma fotografia do grande Sven Nykvist transpondo o filme a um nível algo surpreendente.
Outra nota é a grande paixão que Louis Malle tem pelos animais (influenciado talvez por Cousteau) que tem uma grande força ao longo do todo o filme.
Um chamamento ao surrealismo de um realizador magistral e pouco conhecido.

Se existe uma fuga para um conflito sem dúvida que essa se encontra dentro de cada um.

Recomendo vivamente os filmes deste realizador apaixonado pelo Jazz (como no filme que falarei dentro de dias “Ascenseur pour l’échafaud” 1958 em que Miles Davis dá o seu toque de magia na banda sonora).



Black Moon de Louis Malle 1975

1 comentário:

Anónimo disse...

demasiado bom. filme para ver, rever e voltar a ver.