segunda-feira, 23 de março de 2009

segunda.


Porque o domingo, último post do caro amigo Daniel Abrão deixou àgua na boca aqui ficam mais alguns videos de animação, stop-motion que o fantástico mundo do youtube nos porpociona. diferentes linguagens, diferentes mensagens, autores desconhecidos, Tim Burton, animação musical.

http://www.youtube.com/watch?v=qBjLW5_dGAM

http://www.youtube.com/watch?v=WwqPOkcXrYQ

http://www.youtube.com/watch?v=s3iyAFFElb4

http://www.youtube.com/watch?v=fxQcBKUPm8o

http://www.youtube.com/watch?v=dBvDm_JLEcI


A animação não tem limites, e se para uns a animação é para crianças para outros pode ser usada sobe ponto de vista documental. O mais recente filme A Valsa com Bashir é disso exemplo, já neste blog foi recomendado.

Vals Im Bashir, Ari Folman (2008)

sábado, 21 de março de 2009

Fantasporto 09 - Hansel & Gretel


Toda a gente um dia foi criança, uns tiveram uma infância mais feliz que outros, mas todos a tivermos. Hansel e Gretel fala da magia de ser criança e do mundo onde tudo é possível, basta imaginar para querer. O pior é quando o melhor desejo dessas crianças é tão simples como ter um pai e uma mãe, uma família.


Um filme esteticamente muito bem conseguido realizado pelo Sul – Coreano Pil-Sung Yim, consegue adaptar o conto alemão de Hansel e Gretel.


O filme retrata assim um grupo de irmãos que vivem numa casa numa floresta juntamente com os seus pais, porém algo de misterioso acontece quando recebem uma nova visita, o mundo dos adultos mistura-se com o mundo das crianças, onde a inocência das crianças e o medo que tem provem de traumas passados, porém as crianças com a sua inocencia e medo do mundo exterior conseguem mostrar assim há sua nova visita que a vida que tem não é assim tão má como pensa. Sem dúvida um mundo bem construído de fantasia, horror e mistério.


Porque nem sempre é fácil ser criança.


Um filme que iniciou o meu roteiro oficial do Fantasporto 09.

Hansel & Gretel (2007) - Pil-Sung Yim

segunda-feira, 16 de março de 2009

Western Lusitano

Sábado, 14 de Março, o bar Passos Manuel foi palco de um dos projectos musicais mais interessantes, importantes e aliciantes dos últimos anos.
A sonoridade dos Dead Combo sugere um novo fado e vai buscar a sua grande influência à música de Ennio Morricone e dos filmes de Sergio Leone. A presença senhorial dos dois portugueses em palco reflectiu bem a classe da sua música, das guitarras estridentes à serenidade do contra-baixo, os Dead Combo deleitaram-me com um dos concertos mais marcantes da minha, ainda jovem vida.
Um projecto puramente inspirador e inspirado no mais belo que a 7ª Arte transmite.

"C'era una volta il West" (1968), Sergio Leone

O Cinema

O cinema é uma manifestação artística numa plataforma visual dinâmica, logo o cinema é arte, ou pelo menos é o que se diz. O grande problema da arte é que nem sempre a atinge, como se tratasse de um nível qualitativo. Na grande maioria das vezes o objecto artístico não passa de uma tentativa de arte. E no cinema passa-se o mesmo, o que levou o cinema a várias qualificações e géneros. Mas quem determina isto?

Quem determina o que é bom ou mau cinema, o que é arte ou mero entretenimento?

A arte é uma manifestação sensorial e emocional a uma obra física por parte de alguém, mas dependendo de quem é esse alguém, ela pode manifestar-se desde uma forma residual até um êxtase orgasmico. E essa consideração é extremamente volátil visto que está ligada ao nível intelectual, ao estado de espírito ou físico, à interpretação artística ou até ao simples facto de ter ou não tomado o pequeno-almoço, por quem absorve a obra de arte. Isto torna muito difícil determinar o que é bom ou mau cinema. Um professor de Historia e Teoria do Cinema, da Universidade de Uppsala na Suécia, desenvolveu este tema até encontrar várias conclusões, uma das quais é que existem dois tipos de cinema, um de filmes que fazem muito público, e os filmes que agradam sobretudo a conhecedores e interessados no fenómeno do cinema enquanto arte, isto é o que nós vulgarmente chamamos “Cinema Comercial” e “Cinema de Autor” ou “Independente”.

A questão é, pode o “Cinema Comercial” ser bom cinema ou o “Cinema de Autor” uma mera tentativa não conseguida de arte? E se sim então porquê, a teimosa distinção nestes dois géneros base, dividindo-se depois numa interminável variação de géneros, desde: Drama, Ficção-Cientifica, Animação, Terror, Acção, etc.

É realmente necessária a divisão do cinema em duas classes, o Bom e o Mau cinema.

Mas talvez a atenção deva ser virada mais para aquilo que se pretende de um filme por parte do espectador. O filme é feito para ele, independentemente de quem ele seja, o cinema é para todos, para aqueles que conseguem interpretar uma complexa equação, como para aqueles que apenas procuram satisfação sensorial ou distracção ou divertimento.

E a magia do cinema está ai mesmo, em satisfazer pequenos prazeres ao mais comum dos mortais como em provocar manifestações filosóficas e correntes artísticas nos mais dotados dos pensadores. É claro que nem assim haverá consenso. E que a discussão continuará em aberto, até porque novas definições irão surgir no cinema e novas experiências cinematográficas colocarão a nossa noção do que é o cinema alem dos actuais limites.

E isso é o que todos nós queremos.

Despeço-me com os melhores cumprimentos. Volto a dar noticias quando regressar de férias. Por enquanto deixo-vos algumas saudáveis recomendações.

Em DVD:
"Bem-Vindo ao Norte" – Dany Boon
"Californication" (serie 1) – Vários
"O Tal Canal" – Nuno Teixeira

No Cinema:
"The Burning Plain" – Guilhermo Arriaga
"Milk" – Gus Van Sant
"Doubt" – John Patrick Shanley
"Che" – Steven Soderbergh
"The Wrestler" – Darren Aronofsky

No Futuro:
"Maradona" – Emir Kusturica (Um deles é um Génio)

Não Vejam/Não Paga a Pena/Tempo Perdido:
"A Pantera cor-de-rosa 2" – Harald Zwart
"Bride Wars" – Gary Winick
"Veneno Cura" – Raquel Freire (Por favor jovens cinéfilos salvem o que resta do cinema português)


Hernani D’Almeida

sábado, 14 de março de 2009

Ninguém me atende o telefone...

"Rear Window" (1954), Alfred Hitchcock

quarta-feira, 4 de março de 2009

"Smulltronstället"

«É de manhã, Isak Borg inicía um passeio por uma rua vazia, um lugar deserto. Isak olha em volta – as portas e janelas das casas estão fechadas –, avança até ao passeio e encontra, mais à frente, um enorme relógio pendurado por um ferro preso à parede da fachada. Um relógio com a particularidade de não possuir ponteiros, Isak aproxima-se, pára, e observa-o; este balança levemente ao sabor do vento. Retira um relógio do bolso e confirma a ausência dos ponteiros, a ausência do tempo. Enquanto guarda o relógio de bolso, observa o outro, aquele que o impede de seguir a sua exploração. Sob um sol intenso, que parece perturbá-lo, retira o chapéu, leva a mão à testa e refugia-se na sombra da sua incredibilidade, o relógio. Decide avançar pela rua, e percorre alguns metros. Pára, olha mais uma vez em volta, perdido volta para trás para junto do relógio, volta-se e fita o cenário vazio. Na rua, um homem de costas; Isak avança vagarosamente até ele, estende o braço até tocar no seu ombro, o homem vira-se, Isak assusta-se. O corpo que não tem corpo cai no chão e derrama-se pela estrada. Isak avança um pouco mais até à esquina, uma carroça fúnebre puxada e dirigida unicamente por dois cavalos dobra a esquina e dirige-se em direcção a Isak; passa por ele e mais à frente, uma das rodas traseiras embate num poste de luz. Por mais duas vezes, os cavalos insistem na sua marcha e fazem a roda chocar contra o poste, a roda parte-se e solta-se da carruagem girando perdida em direcção a Isak, que se desvia e evita a roda. A carruagem oscila com violência, presa ao poste, até que um caixão desliza e cai, a carruagem segue o seu caminho. Isak, muito lentamente, avança até ao caixão caído e entreaberto com um braço estendido para fora. A mão mexe e agarra no braço de Isak. Isak perturbado, luta pelo seu braço, do caixão surge ele próprio, puxa-o. Vem buscá-lo para a morte...»

"Smulltronstället" (1957), Ingmar Bergman

terça-feira, 3 de março de 2009

2001:

"Atrás de cada pessoa viva estão trinta fantasmas, pois essa é a proporção dos vivos para os mortos. Desde o princípio dos tempos, cerca de cem biliões de seres humanos pisaram este planeta. Cem biliões é aproximadamente o número de estrelas na nossa galáxia Via Láctea. Isto significa que para cada pessoa que já viveu existe uma estrela. As estrelas são sóis, com planetas que giram à sua volta. Não é interessante pensar que há espaço no firmamento para cada pessoa ter o seu mundo?"
Sir. Arthur C. Clarke

"2001: A Space Odyssey" (1968), Stanley Kubrick

segunda-feira, 2 de março de 2009

Bravo Sean Penn!!

"Milk" (2008), Gus Van Sant

Vida normal


"Aanrijding in Moscou" é um filme belga premiado pela presente edição do festival Fantasporto.
O filme conta a história de uma mulher oprimida pela infelicidade, mãe de três filhos e esposa de um homem, com crise de meia idade, fugido por um amor novo. Matty acredita ainda no regresso do seu marido e da sua normalidade quotidiana, quando um jovem camionista - Johnny - desiludido com o sexo feminino e de coração quebrado, se apaixona por ela. Quando Matty decide largar o fantasma do seu marido e ceder ao apaixonado camionista, o seu marido decide voltar. A vida de Matty complica-se...

Filme carregado de bons momentos de humor, com excelentes interpretações (principalmente por parte de Barbara Sarafian - "Matty"), suportadas por um argumento fantástico, que peca unicamente e com grande perda, na minha perspectiva, pelo final.


"Aanrijding in Moscou" (2008), Christophe Van Rompaey

domingo, 1 de março de 2009

Vicky Cristina Barcelona

(Vicky Cristina Barcelona - Woody Allen 2008)

Vicky e Cristina, são duas amigas americanas que acabam de chegar a Barcelona para passarem dois meses. Rebeca Hall - também em Frost/Nixon, outros dos filmes em exibição e nomeado para óscares - representa Vicky, uma jovem que se encontra em Barcelona a fim de aprender um pouco mais para o seu mestrado. Cristina - Scarlett Johansson - por outro lado, está em terras de catalunha para passar umas férias, e para esquecer o seu último namorado. Lá conhecem um artísta plástico Juan Antonio - Javier Barden. Este é um homem libertino, amante da arte e dos pequenos prazeres da vida, inclusivie de bom vinho português, e encontra-se separado de Maria Elena - Penénope Cruz - que começa a aparecer apenas a meio do filme, mas que não deixa por isso passar despercebida a sua representação.
Os três, Vicky, Cristina e Juan embarcam num fim-de-semana para Oviedo, dias esses que dão azo ao conflito vivido no filme.




Este, pode-se certamente comprovar que é um dos filmes ao nível de um «Match Point» mas, mais ousado ainda. Catalogado como comédia, contúdo os mais habituados ao ritmo cómico de Woody Allen não verão neste a constante habitual intelegência cómica nos diálogos.

"O que é o amor?!" é uma pergunta frequente ao longo da narrativa, embora a resposta não nos é dada, pois claro, em vez disso é nos mostrado uma formula de amor pouco comum nas relações humanas, trata-se de uma relação de bigamia, mas sem o casamento.



A efemeridade da vida é uma preocupação clara de Woody e isso acaba por ser um dos traços que compõem esta obra.

Num filme em que se respira arte, pois para além de grande parte dele ser rodado na capital catalã, e por isso referências a Miró, os personagens também são eles artístas que nos levam pelos seus modos de expressão e ideais de vida.