quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Anticristo Lars von Trier


Encontro-me neste momento ainda a viver a ressaca, a digerir "Antichrist". Sem dúvida um dos filmes mais impressionantes, marcantes e chocantes que vi na vida. O filme é dedicado a Andrei Tarkovsky, aquele que parece ser o maior ou único ídolo, do "melhor realizador do mundo" tal qual Lars von Trier se auto-intitula. Talvez por isso os Russos o tenham percebido melhor. Segundo um jornalista Russo presente na conferência de imprensa pós-estreia do filme em Cannes, afirmou que o filme teve uma boa recepção na Rússia e que as pessoas o entenderam.
Quanto a mim, devo dizer que apesar de a história não me ter sido clara, experenciei uma das mais extremas sensações que o Cinema me proporcionou até hoje, Von Trier puxou ao limite...
A condução da câmara e respectiva cinematografia são soberbas, o genérico em modo slow-motion (sublime) é trágicamente épico e talvez ainda demasiado hard-core, para grande maioria do público.
De referenciar a boa interpretação de Willem Dafoe e a grandiosa interpretação de Charlotte Gainsbourg, sob uma curiosa direcção de Lars von Trier, como explicou Dafoe na conferência de imprensa.
Do pouco que revelou quanto ás motivações que o levaram a fazer este filme, Von Trier revelou ter atrevessado um estado de depressão, que o terá influenciado significativamente, e afirma ter feito este filme não para as pessoas, mas para si. Talvez isso explique um filme mais fechado, mais para dentro, mais para satisfação própria; e tudo começa a fazer sentido quando diz algo como: é melhor dedicares o filme ao autor em questão em vez de o copiares.

1 comentário:

Tiago Laranjeiro disse...

Esta crítica deixa-me com vontade de ver o filme, mas vi há umas semanas os primeiros minutos e achei-os, de facto, chocantes.